sexta-feira, 13 de março de 2015

"A Paz ilumina a vida dos humanos"

Pintura de Vladimir Kush


Todos nos sabemos que vamos crescendo ao longo da vida, que o que nos rodeia vai-se alterando e modificando. Toda a nossa vida é fruto do tempo e da evolução deste. O que vamos aprendendo quando somos pequenos já não é o mesmo que trazemos connosco quando crescemos, todo o nosso pensamento e mesmo aquilo em que acreditamos ser verdade muda. O objetivo do nosso crescimento é aprender a adaptar o que já vem connosco, ou seja, a nossa maneira de ser ou mesmo os nossos princípios, aquilo que a nossa vida nos vai proporcionando.

            Tudo aquilo em que nos acreditamos ou em que nos baseamos para construir as nossas metas e superar os obstáculos provém de pequenas luzes (centelhas) que a vida nos dá sem nos darmos conta. De certa forma estas luzes são na verdade pequenos momentos, vivencias, obstáculos que ultrapassamos, pessoas que se interligam com o nosso percurso de vida. Que em conjunto não são nada mais nada menos do que tudo aquilo que fazemos ou por que passamos, porque estamos interligados.

            É daqui que podemos concluir que muito do que fazemos ou de que temos em mente como conhecimento seguro em que nos podemos basear provém de pequenas luzes que a vida nos dá. O mais importante e interessante desta relação é que o conhecimento que temos não é algo limitado, que possa acabar, há sempre algo que nos torna pessoas melhores e mais conscientes daquilo que nos rodeia. Um exemplo dos resultados das pequenas luzes que nos são dadas é a paz. A paz vai crescendo tal como o conhecimento .São ambos conceitos importantes que os humanos através dos seus desafios tentam alcançar. A paz ilumina a vida dos humanos, e é ela também que nos torna diferentes de outras espécies. Somos diferentes, únicos e especiais porque procuramos a paz e o conhecimento. Somos humanos com fome do para além do infinito.


Gabriela Finciuc do 11º F (2014/2015)

Luz, Conhecimento, Paz



Luz. Alguns acreditam que no princípio de todas as coisas, houve luz.
Desde sempre, pequenas luzes, as estrelas, têm fascinado o Homem, e foram o pilar das suas grandes construções e o tijolo dos seus sonhos.
Nas lendas e mitologias das antigas civilizações encontramos diversas estórias onde as estrelas, ou então pequenas chamas azuis, eram os guias que levavam os viajantes perdidos para casa.
Acho, de certa forma, que a descoberta do fogo, tenha sido motivada não só pela necessidade de calor e proteção, mas também pelo desejo de possuir um pouco de luz, uma luz que brilhasse mais perto de nós. Talvez possamos relacionar a busca pelo conhecimento com as estrelas e com a descoberta do fogo. Afinal, o auge da ciência e do poder intelectual do Homem, foi o ter usado o fogo, para ir ao espaço, e estar mais próximo das estrelas…
Penso que, considerada a História da Humanidade, algo sempre moveu o Homem a querer fazer mais, a querer ser mais do que era. E, por incrível que pareça, nunca nada motivou mais o Homem do que as ameaças à sua liberdade. Na maioria das vezes, fomos obrigados a lutar pela nossa liberdade, e as páginas da história estão manchadas com o sangue de todos os heróis que ousaram desafiar aqueles que queriam privá-los da sua possessão mais básica, a liberdade de pensar e de ser.
E apesar de a Humanidade ter crescido e evoluído apesar de todas essas… adversidades, estamos cansados.
Tal como os viajantes perdidos na mitologia Celta, ansiamos por uma luz, uma chama que nos guie e nos leve para casa. Ansiamos por paz.
Paz, esse nome abstrato, e quase estranho, que muitas vezes não passa de um conceito, e parece um destino inalcançável.
Mas enganam-se aqueles que pensam que a paz é um destino.
Na verdade, a paz é a jornada que nos leva a um mundo melhor, o destino pelo qual todos esperamos.
Assim como Jorge de Sena, escreveu no seu poema, a paz é o ser da Humanidade, e sem ela, tudo é negação, sono e morte. “ Os homens crescem em seus corações com ela”, diz ele.
E precisamos que a nossa sociedade e o nosso mundo cresçam com a paz. Talvez ainda precisemos lutar contra aqueles que a temem, e que vão contra o pensar e o ser.
Precisamos conquistar e construir a paz.
No que diz respeito ao “conquistar”, os Homens têm experiência, o que para David Hume, é conhecimento. Ou seja, já sabemos como conquistar a paz, já sabemos lutar por ela.
Contudo, será que sabemos construir a paz?
Estamos habituados à brutalidade e às guerras, mas sem dúvida, faltam-nos habilidades no que toca à construção da paz.
Um engenheiro civil, ou um trabalhador das obras, diria que, antes de mais nada, uma construção precisa de bases sólidas e fortes, porque são essas bases que vão ditar a qualidade da construção.
A analogia é clara.
Então, pergunto: Que bases estamos a dar para a nossa construção? Essa construção que é tão importante e tão cheia de significado…
Provavelmente, e infelizmente, a resposta para essa pergunta é uma resposta negativa. Não estamos a dar bases nenhumas para a construção da paz, e todas as tentativas de lançar uma fundação sólida, têm-se provado, até agora, falhas.
Mesmo não sendo semelhante aos grandes pensadores do século das Luzes, mesmo não sendo possuidora de grandes conhecimentos, gostaria de propor, de chamar a atenção, para alguns factos e soluções que poderiam ajudar a resolver o problema levantado.
Sabendo que a paz é o caminho para o futuro, temos que aceitar e compreender algo claro: o futuro está nas mãos dos nossos jovens e das nossas crianças. Então, é com eles que precisamos lançar os nossos fundamentos.
Boas bases familiares e uma boa educação seriam um bom começo. Mas tanto o ensinar quanto o educar, estão nas mãos dos mais velhos que têm o dever, a obrigação, de serem estrelas a iluminar o caminho dos mais jovens.
Veronica Roth, uma autora americana, escreveu no seu livro “Divergent”, que   “ O futuro pertence àqueles que sabem o seu lugar”. Ou seja, o futuro está nas mãos de todos os que sabem a sua origem, a sua missão/função neste mundo, e que ao fazerem escolhas, têm em vista não só o agora, mas o amanhã, e levam em conta o passado.
Como já vimos, o saber é experiência, o saber é construído.
Temos as ferramentas para isso. Temos a areia, o cimento, o ferro, e o calcário. Temos a experiência dos que vieram antes de nós, temos a literatura e as artes, que têm sido verdadeiras chamas e estrelas nessa jornada escurecida pela simplificação e pela ignorância.
Nós, geração de hoje, temos o direito e o dever de sermos mentes pensantes e não sermos seres formatados com pensamentos pré-concebidos e já pensados.
“ Uma pequenina luz, bruxuleante”, e às vezes incerta, brilhou para a Humanidade. As páginas da história trouxeram-nos aqui, no hoje e no agora, para sermos “Seres do conhecimento e para o conhecimento”. Por algum motivo, nós fomos escolhidos para a jornada da construção da paz. Quer sejamos nós, a colocar a pedra gasta e polida sobre a fundação, ou os nossos filhos e os filhos deles, nós temos uma missão. Sabemos o nosso lugar.
Pode parecer demais, dizer que o futuro está em nossas mãos. Tanta gente já disse o mesmo, e começa a parecer um cliché.
No entanto, é verdade. Depende de mim, depende de ti, depende de cada um de nós.
Está nas nossas mãos. Não é tarde demais.
Quem sabe, o mundo ainda possa ser um lugar melhor na nossa geração.
Quem sabe, talvez possamos ser nós a construir a paz e a deixá-la ser uma luz, uma chama para as gerações futuras.

Marcelli Teófilo, Nº19 - 11ºD (2014/15)