Se sou Charlie, sou contra um sistema de ensino em que se marginaliza, onde a inclusão se torna um elemento estranho: substituindo-se um sistema integrado de ensino por uma multiplicidade de cursos: CEF, EFA, Profissionais, profissionalizantes, etc., os quais pretendem formar especialistas mas, promovem um exército de desempregados (especialistas), no fundo um exército de alienados da sociedade como o especialista autómato caricaturado em “Os Tempos Modernos” produzido por Charlie Chaplin.
Ser Charlie é lutar contra um Etnocentrismo que de novo é cavalgado na Europa, leia-se UE. A Europa que o séc. XX construiu, principalmente, depois da II Guerra Mundial é uma Europa Multicultural, Multirracial, Multirreligiosa e política.
Se sou Charlie, então sou contra a uniformização orçamental da “Senhora Merkell”.
Se sou Charlie, então rejeito as políticas de controlo da emigração de David Cameron.
Se sou Charlie, então tenho de negar os níveis securitários impostos a todos os cidadãos europeus como se vivêssemos numa fortaleza-prisão.
Se sou Charlie, então tenho de garantir que a Democracia funciona, escolham os gregos quem quiserem para os governar.
Se sou Charlie, então tenho de garantir que todos são, mesmo todos, iguais perante a lei: desde o “banqueiro ricardo” ao “zé da fruta”.
Se sou Charlie, então vou obrigar o governo turco a respeitar os Direitos Humanos e, já agora, obrigo o governo de direita da Hungria a respeitar os direitos de cidadania dos seus cidadãos.
Se sou Charlie, então obrigo o Estado de Israel a cumprir todas as resoluções das Nações Unidas que até hoje o condenaram por violação dos Direitos Humanos.
Ou, afinal, não concordo com estas posições e não sou, não posso ser Charlie. Que hipócrita continua a ser, afinal, a política.
João Pinto
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